sexta-feira, dezembro 02, 2005
sexta-feira, novembro 25, 2005
London, London
I'm lonely in London, London, is lovely so
I cross the streets without fear, everybody keeps the way clear
I know there's no one here to say hello
I know they keep the way clear, I am lonely in London without fear
I'm wandering round and round, nowhere to go
While my eyes, go looking for flying saucers in the sky
Yes my eyes, go looking for flying saucers in the sky (...)
By Caetano Veloso
Foto: site www.londontourism.ca
Imagem no retrovisor
sonhos revolucionários
sabores e dessabores
meu partido
minha bandeira de luta
utopia.
Deixei pra trás
paixões vividas
amores frustrados
orgásmos delirantes
coito interrompido
fotografias não reveladas.
Deixei pra trás
amigos, bares e poesia
noites mal dormidas
preguiça de acordar.
Deixei pra trás...
passeio no mercado
jiló na chapa
saideira, dor de cabeça
ressaca e neosaldina.
Deixei pra trás...
pãozinho da padaria
jornais de domingo
manchetes sangrentas
cerveja no Malleta
dobradinha com pimenta.
Deixei pra trás...
Minha Passárgada.
Se eu ficasse
como seria?
Entrelinhas
quinta-feira, novembro 24, 2005
Monoreflex
sob a mira
da monoreflex
Espelho cruzado
no divã de Jacques Lacan
Olhares refletidos. . .
Sedução.
Inquieta. . .
Doce bala de duas calorias.
Sonhos etílicos por una “Cuba Libre”
Na emoção das páginas de um livro. . .
nossas vidas em capítulos.
A cor do desejo. . .
Abóbora.
Sobre seu corpo
Deslizei o meu.
Unhas cravadas na carne.
Seu colo. . . minha boca
Línguas chicoteiam
nos corpos famintos.
Metáfora
The worker becomes all the poorer the more wealth he produces, the more his production increases in power and range. The worker becomes an ever cheaper commodity the more commodities he creates. With the increasing value of the world of things proceeds in direct proportion to the devaluation of the world of men. Labour produces not only commodities; it produces itself and the worker as a commodity -- and does so in the proportion in which it produces commodities generally.
Marx, Economic and Philosophic Manuscripts (1844)
quarta-feira, novembro 23, 2005
Guilhotina
Correm pelo seu colo de cortesã
Pela última vez.
Absurdos . . . delírios pornográficos
Sua vulva doce
Meu erectus lactus est
Sua liberdade.
Ruptura.
Na suavidade de uma lâmina
Minha cabeça é decapitada
Pela guilhotina da razão.
Na minha insignificância.
Ocorreram lembranças
Das aulas de Latim. . . que nunca tive:
“Vanitas Vanitatum Memento Mori” *
Esperança
BR 101
Aurora de minha vida
Primavera
terça-feira, novembro 22, 2005
O Fio da Navalha
Gilmar Rocha, do livro "O Rei da Lapa - Madame Satã e a malandragem carioca"
Escritores e Cozinheiros
Trecho da crônica Escritores e Cozinheiros, de Rubem Alves.
Pomada Chinesa
Amei uma prostituta que fumava ópio
Seu corpo exalava um cheiro bom de Tiger Balm
Casa Siqueira
estampado em cores.
Bacia pra banhar
Pêssego na lata
maravilha de domingo.
Parecia empório turco
Secos e Molhados
Tinha também:
feijão a granel
arame farpado
bobina de papel
grampos para cerca
água velva pra queimar a barba
Grande queima...
saldo de balanço
da memória de meus ancestrais.